Manhã de inverno, o cenário era um quarto onde a escuridão e o silêncio reinava até que, o barulho estridente do despertador apossa-se do cômodo. Contudo, a depressiva jovem nega-se a levantar. Fixa seu olhar no entorno, na mobília rústica, nos quadros antigos e nas paredes brancas de seu velho quarto que exalava mofo, um ambiente propício para a solidão, esperava que alguém ao seu lado estivesse. Na sua cabeça surgiam alguns pensamentos, preocupações, planejamentos tão confusos, e algumas tristes recordações.
Depois de muito devanear, faz-se livre das cobertas, revelando seu vestido branco e sua expressão fúnebre. Segue até a janela, abre as cortinas e, lá fora o mundo seguira seu rumo, cenas do cotidiano citadino. Desespera-se tentando avistar a imagem daquele que partiu, tentativa em vão.
Procura consolo em um velho suéter purpúreo que trescalara café e um perfume amadeirado, de certo, masculino... Leva-o até as narinas, e aspira suavemente, sentindo os cheiros que estão atrelados a sua saudade. Lança-se bruscamente sobre a cama, com o suéter em suas mãos. Logo, seus tristes olhos enchem-se de lágrimas que percorrem seu rosto magro e pálido, era o tipo de pessoa que aparentava já ter morrido, mas continuava a viver.
Fecha as cortinas da janela, porém, não consegue se esconder da solidão que vem, o coração só queria ter por perto um certo alguém... O dono do suéter, do seu amor e felicidade. Na tela da mente habitavam pensamentos soltos, recordações repletas de risos, alegrias, promessas, planos, beijos, abraços e carinhos. Agora, resta apenas um vazio.
Ouvindo: Time - The Alan Parsons Project
P.S.: Inspirei-me na foto para escrever, e não conseguir dar título ao escrito.