quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Na chuva



Cada gotícula de chuva
Revela, machuca e traz de volta...
O que se perdeu na curva,
Um pouco de vida ainda bate na porta

Me encharco com a água dos céus
Que vem lavando meu rosto choroso
Continuo andando, ao léu
Sem saber para onde, como um caminhante curioso

Sem agasalho, sinto frio
Nesses dias de tempestade
Em mim, no vazio
Ando pela metade

Ninguém mais precisa saber
Do passado
Nem tente entender
Deixe-me com os meus machucados

Ouvindo: Alívio Imediato - Engenheiros do Hawaii

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Atriz


  Era hora de dormir, apenas mais uma noite que chegava, trazendo a escuridão dos fatos acontecidos, expondo toda a dor, codinome decepção. Só mais uma estória de uma menina que vivia a sonhar, que teve seu frágil coração machucado, outra vez. Vai para o quarto, buscando o conforto da sua acolhedora cama, abraçando seu amigo íntimo, o travesseiro que conhecia sua orações, lágrimas, dores e confissões. Seria apenas uma noite semelhante a tantas outras e já havia sobrevivido. Seu reles "coraçãozinho" parecia ser o epicentro de toda dor que a afligia.
   O silêncio do quarto é quebrado, ligou o rádio, procurando consolo na música que traduzia todo seu sofrimento e, sem demora, seu rosto vai sendo ornamentado com o choro dolorido e silencioso que tanto sufocava, descarregou ali o fardo que tanto pesava, encharcando a fronha de seu travesseiro macio, seu companheiro de lágrimas, seu amigo inanimado.
   Na manhã seguinte, levantou-se da cama apressadamente, cambaleando. Foi até o espelho, se embelezou, seguiu sua rotina matutina, saiu por aí, com uma expressão sorridente digna de uma campanha publicitária de creme dental, rindo de tudo e de todos.
Mentia tão bem...Para fora, nunca para dentro.